Mais do que dinamizar o ambiente pastoral o cristão deve, assegurado por seu Batismo, evangelizar formando a igreja reunida em torno da Palavra de Deus. Os cristãos leigos estão na linha mais avançada da vida da igreja, e devem ter uma consciência absoluta, não somente de pertencerem à igreja, mas de “tornarem-se” igreja, isto é, a comunidade dos fiéis sob a direção do sucessor de Pedro, o Papa, e dos bispos em comunhão com ele. A missão evangelizadora carece dos dons concedidos pelo Espírito a cada membro sendo “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5, 13-14). Na Igreja, há uma variedade de grupos, movimentos, e pastorais nos quais cada membro pode participar, tornando-se sujeito ativo de fé junto aos irmãos. Nestes espaços o leigo deve viver sua própria vocação, comunicando o Reino de Deus e exercendo sua função nos diversos campos como trabalho, estudo, família etc.
A Igreja não contrata funcionários como fazem as empresas, porém, gerando novos membros pelo batismo, conta com sua disponibilidade e missionariedade, e lhes dá a consciência de que “nem o sal, nem a luz, nem a Igreja e nenhum cristão vive para si mesmo. Sua missão é sair de si, iluminar, se doar, dar sabor e se dissolver”. A simples contribuição, enriquece a Igreja, que tanto espera dos leigos para que eles “ponham a mão no arado” e, com seu testemunho, onde se encontram, apontam para Deus, e oferecem o perfeito louvor ao Criador. Em muitas situações o jovem pode chegar em lugares onde os sacerdotes e consagrados não chegam. Ele transforma o mundo pela presença de Cristo nos inúmeros âmbitos da cultura e lazer, por meio das redes sociais, e assim colabora com a obra de Deus por meio de sua participação.
Cada jovem seguidor de Jesus deve levar a luz de Cristo a todos os ambientes, sobretudo aos envolvidos pelas trevas do pecado, violência, e toda espécie de mal. No âmbito pastoral deve contribuir com os que se abrem, se submetem e são tocados pelo encontro pessoal com Jesus. Assim sendo, o leigo que não assume seu batismo, e deixa tudo sobre a responsabilidade dos pastores: bispos, sacerdotes e religiosos mostra-se insensato, e se esconde do compromisso da fé.
Aqui motivo, sobretudo a juventude, que é protagonista da Evangelização para que assumam a fé que professam. Alguns, talvez como eu, que sirvo na Pastoral da Comunicação (PASCOM); já outros por ter dons variados, servem como anunciadores da Palavra, catequistas, agentes do ministério da música, da acolhida, preparação da Missa, acólitos ou ancilas… Vejam, são dons a serviço do Reino, são dons a serviço do Cristo. Ainda mais, “os leigos podem também sentir-se chamados ou vir a ser chamados para colaborar com os próprios pastores no serviço da comunidade eclesial, para o crescimento e a vida da mesma, exercendo ministérios bem diversificados, segundo a graça e os carismas que o Senhor quiser depositar neles”. Não é possível que, diante de tantas necessidades existentes em nossas paróquias, o cristão se atenha a participar dos momentos celebrativos, ignorando o grito do papa, ou antes, do próprio Senhor: “Quero uma Igreja em saída” e, ou: “A messe é grande, mas os operários são poucos” (cf. Mt 9, 37).
O Documento 105 da CNBB, incentiva-nos a irmos ao encontro do outro, sendo uma “Igreja pobre e para os pobres”. Também propõe a criação do Conselho do Laicato; grupos bíblicos e de reflexão; pequenas comunidades e tantos mais. Precisamos sair; Cristo deve ser mais conhecido no mundo!
Convém que nos entreguemos sem medo, sem reservas ao serviço da santa Igreja Católica, para que ousados pelo Espirito Santo, através dos dons que nos foram conferidos, fazer acontecer a comunhão na diversidade dos dons recebidos, e nos tornemos conscientes e abertos a missão que é responsabilidade nossa! Que neste mês de Agosto, mês das vocações, possamos refletir acerca de nossa missão evangelizadora, sempre ouvindo e discernindo a voz do Cristo Senhor. Coloquemo-nos a disposição da causa a qual vale, realmente a pena!
Ednando Filho
Coordenador Diocesano do EJC
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
* DOCUMENTO 105 CNBB CRISTÃOS LEIGAS E LEIGOS NA IGREJA E NA SOCIEDADE (Mateus 5,13-14)
* Capítulo 1 O CRISTÃO LEIGO, SUJEITO NA IGREJA E NO MUNDO: ESPERANÇAS E ANGÚSTIAS. (Doc. 105 n. 13)
* (CIC §910)