Palmares, 22 de novembro de 2024

Papa no Angelus: o amor ao próximo é chamado também de caridade fraterna

25 de outubro de 2020   .    Visualizações: 435   .    Notícias da Igreja

No angelus deste domingo Francisco disse que “enquanto houver um irmão ou irmã a quem fechamos os nossos corações, ainda estaremos distantes de ser discípulos, como Jesus nos pede”.

Silvonei José – Vatican News

“Aquele que não ama o seu irmão a quem vê, não pode amar a Deus que não vê”. São palavras do Papa Francisco que, na oração do Angelus deste domingo, começou com o Evangelho de Mateus 22, 34-40. Quando um doutor da Lei pergunta a Jesus – disse o Papa – qual é “o grande mandamento”, ou seja, o mandamento principal de toda a Lei divina, Jesus responde: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente”. E acrescenta imediatamente: “O segundo é semelhante a este: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

A resposta de Jesus retoma e une dois preceitos fundamentais que Deus deu ao seu povo através de Moisés. A fé não consiste em uma “obediência forçada”, disse Francisco. Jesus estabelece dois fundamentos essenciais para os crentes de todos os tempos.

O primeiro é que a vida moral e religiosa não pode ser reduzida a uma obediência ansiosa e forçada, mas deve ter como princípio o amor. O segundo é que o amor deve tender junto e inseparavelmente para Deus e para o próximo. Esta é uma das principais novidades do ensinamento de Jesus e nos faz compreender que não é verdadeiro amor a Deus o que não se expressa no amor ao próximo; e, da mesma forma, não é amor verdadeiro ao próximo o que não se baseia no relacionamento com Deus. E o amor ao próximo, que também é chamado de caridade fraterna, é feito de proximidade, de escuta, de partilha, de cuidado com os outros.

No Evangelho deste domingo – disse o Pontífice -, mais uma vez, Jesus nos ajuda a ir à fonte viva e efusiva do amor. Tal fonte é o próprio Deus, a ser amado totalmente numa comunhão que nada e nem ninguém pode romper.

Comunhão que é dom a ser invocado todos os dias, mas também um compromisso pessoal para que a nossa vida não se deixe escravizar pelos ídolos do mundo. E a verificação do nosso caminho de conversão e santidade está sempre no amor ao nosso próximo. Enquanto houver um irmão ou irmã a quem fechamos os nossos corações, ainda estaremos distantes de ser discípulos, como Jesus nos pede. Mas a Sua divina misericórdia não nos permite desanimar, pelo contrário, Ele nos chama a recomeçar todos os dias para viver de forma coerente o Evangelho.

O Papa concluiu pedindo a intercessão de Maria Santíssima para que abra os nossos corações para acolher o “grande mandamento”, o duplo mandamento do amor, que resume toda a lei de Deus e da qual depende a nossa salvação.