Palmares, 12 de novembro de 2024

O que a CF 2020 tem a ver com o “olhar”?

15 de janeiro de 2020   .    Visualizações: 463   .    Notícias da Igreja

A Campanha da Fraternidade 2020 “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (LC 10, 33-34) nos revela algo curioso sobre o “olhar” e que olhar é esse que a campanha quer mostrar?

Podemos destacar cinco aspectos sobre a atenção aos outros: Olhar que abandona as pessoas; o olhar que destrói a natureza; o olhar da indiferença exclui a vida; o olhar da solidariedade social e qual será o nosso olhar?

Hoje vamos falar do olhar que abandona a vida das pessoas. De acordo com o texto-base da campanha, a realidade mostra que será necessário empreender muitos esforços para que realmente a vida esteja em primeiro lugar. No Brasil, 22,6% das crianças e adolescentes de 0 a 14 anos vivem em extrema pobreza, além disso, 2,5 milhões de crianças e adolescentes até 17 anos trabalham, mais de 11,7 mil crianças e adolescentes foram vítimas de homicídio em 2017 e 3 milhões de domicílios estão em favelas e aqui mostra-se só alguns exemplos.

Essa invisibilidade e exclusão também parece não ter sofrido alterações desde 2007. Além disso, o desemprego atingiu no primeiro trimestre de 2019, 12,7% da população, sem falar nos acidentes de trânsito e nas rodovias, as sucessivas agressões aos povos indígenas, os conflitos por terra e água, a violência e o feminicídio crescente.

A banalização da vida também alcançou o mundo virtual por meio das Fake News, dos perfis falsos e da disseminação de conteúdos de calúnia. Esse cenário é crescente e vem ceifando vidas . Segundo o texto da CF, é preciso ficar atento para não corrermos o risco de nos perder na dinâmica perversa que atinge as redes sociais.

Os vínculos que definem o ser humano como um ser que sempre está em relação com o próximo estão cada vez mais frágeis em uma organização social que incentiva o individualismo e chega até mesmo ao egoísmo.

A pobreza se alastra e se manifesta de inúmeras formas. Da fecundação à morte, a vida é atingida em muitos sentidos e de diversas formas, pois então pode-se entender que é a crise do sentido que gera a desesperança. É nessa falta de capacidade de enxergar o próximo que o abandono se instala.


Fonte: Portal A12