Nota Pastoral referente à epidemia do coronavírus
Irmãos e filhos caríssimos no Senhor,
Frente à situação criada com o surgimento e a possível propagação do chamado “corona vírus” (Covid-19) na nossa região, determino, para toda a nossa Igreja diocesana, quanto segue:
1. Em nome de Cristo, a Igreja se faça próxima e servidora de cada pessoa, compartilhando a preocupação de todos em relação à emergência sanitária que afeta o mundo inteiro.
2. Os padres, diáconos e demais agentes de evangelização cuidem de aplicar responsavelmente as normas determinadas pelas competentes autoridades de saúde para que colaboremos de forma cabal em evitar, na medida do possível, a maior extensão da epidemia.
3. A Igreja diocesana de Palmares se dispõe a levar a efeito tudo o que as competentes autoridades determinarem, no que se refere à organização, à realização e, se necessário, à suspensão de eventos e encontros.
4. Finalmente, é preciso que encaremos esta preocupante situação com um olhar sobrenatural, fundamentados na fé. Não percamos de vista que estes momentos de crise devem servir-nos para um crescimento espiritual, especialmente no que diz respeito à confiança que devemos ter na Providência divina e a um sério exame de consciência sobre nossa vida e nossa adesão ao Cristo Senhor.
5. Portanto, para o bem físico e espiritual de nossos fiéis, determino:
a. Todos os sacerdotes mantenham-se serenamente em seus postos. Como bons pastores, estejamos junto ao povo que o Senhor nos confiou, mesmo nos momentos difíceis, sacrificando a nossa vida pelo bem de nossos irmãos;
b. O Bispo diocesano estará sempre à disposição para qualquer solicitação proveniente das paróquias, em qualquer situação ou necessidade;
c. Nossas igrejas permaneçam abertas, segundo o costume de cada paróquia, mantendo sempre que possível as atividades normais. Só mudaremos este quadro de normalidade se, onde e quando for necessário, por razões de risco real de contaminação, sob a orientação das autoridades sanitárias;
d. Sejam retirada a água benta existente nas entradas das Igrejas;
e. Não se realize durante a Celebração da Sagrada Eucaristia, o rito da saudação da paz;
f. Todos os nossos fiéis, neste momento difícil têm o direito de receber as atenções pastorais da Igreja. Portanto, não sejam suprimidas as confissões individuais nem a visita aos enfermos, para a administração do Sacramento da Unção dos Enfermos e da Sagrada Eucaristia. Cuidem de que sejam usados os meios profiláticos indicados (distância conveniente, máscaras para os enfermos, álcool gel etc.).
g. Nas igrejas, sendo possível, sejam disponibilizados para o povo os recipientes com álcool gel. Nas Santas Missas, imediatamente antes e depois da distribuição da Sagrada Comunhão, o sacerdote, os diáconos e os demais ministros da comunhão higienizem as mãos com o álcool gel. Cuidem de distribuir a Sagrada Eucaristia, como prevê o direito litúrgico, segundo o desejo dos fiéis (na mão ou na boca), sem tocar em quem recebe a Sagrada Comunhão;
h. Durante este período, os sacerdotes, sempre que liturgicamente possível, celebrem a Santa Missa usando o Formulário do Missal Romano “Em tempo de guerra ou calamidade”, elevando ao Senhor preces e súplicas para que Ele abrevie estes tempos difíceis pelos quais o mundo está passando;
i. Em caso de risco por questões de aglomerações de fiéis, não se suprimam as Santas Missas, mas ao contrário, que elas sejam multiplicadas, para que não falte, nestes momentos difíceis, o alento da Palavra de Deus e o alimento dos fracos e dos enfermos, que é a Santíssima Eucaristia.
j. Quanto às procissões e caminhadas próprias da Quaresma, é necessário que se avalie a sua conveniência de acordo com a evolução dos acontecimentos, tendo em vista o risco da aglomeração de pessoas.
k. Quando necessário, procure-se transmitir, também através das redes sociais, as Santas Missas dominicais e mesmo as Missas diárias, para que, os enfermos que não possam movimentar-se para participar delas nas Igrejas, possam ter o consolo de assisti-las pelas redes sociais;
l. Nas celebrações litúrgicas, sobretudo na oração dos fiéis, elevem-se preces e súplicas pela saúde de todos, e especialmente pelos afetados por esta epidemia.
A partir de novas indicações das autoridades sanitárias, outras medidas poderão ser tomadas. Finalmente, quero alentar a todos para que não deixemos de elevar ao Senhor da nossa vida, preces e súplicas pela saúde pública, pela recuperação dos contaminados e pelo descanso eterno dos que morreram.
A todos concedo, de coração, minha bênção de pastor e pai desta porção do rebanho de Cristo.
Palmares, 14 de março de 2020
Dom Henrique Soares da Costa
Bispo Diocesano