NORDESTÃO DA PASTORAL DA EDUCAÇÃO
20 a 22 de setembro de 2019
Convento São Francisco, em Olinda/PE
CARTA DE OLINDA
Exmos. e Revmos. Srs. Presidentes dos Regionais e (Arce)Bispos do Nordeste,
De 20 a 22 de setembro de 2019, no Convento S. Francisco, em Olinda/PE, foi realizado o encontro denominado Nordestão da Pastoral da Educação, reunindo sacerdotes, diáconos, religiosos(as) e leigos dos Regionais 1, 2, 3, 4 e 5 do Nordeste, a fim de refletir, discutir, compartilhar ideias, experiências e prospectar ações articuladas em torno das ações da Pastoral da Educação, nas suas diferentes dimensões de ação, as quais estão vinculadas à Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e Educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O encontro destacou as diretrizes gerais da ação evangelizadora da Igreja no Brasil (2019-2023), com enfoque nas ações que podem ser desenvolvidas por meio da educação, explicitadas pelo Pe. Júlio César Resende, OSC – Campo Belo/MG, assessor nacional do Setor Educação. Na oportunidade, também discutimos as especificidades dos setores educação e universidades na região Nordeste, por meio das diversas representações das (Arqui)Dioceses presentes no encontro, além do mapeamento e do levantamento de propostas e ações que retratem as experiências acumuladas na região e de outras que venham a retratar e enfrentar os desafios, as necessidades e as exigências do atual contexto educacional em níveis nacional, regional e particular, bem como das novas diretrizes para a evangelização, por meio dos objetivos da Pastoral da Educação.
A educação enquanto processo e princípio de direito, e a escola e/ou a universidade como locus da formação e da produção dos múltiplos saberes e conhecimentos, assumem papéis fundamentais para a formação humana e integral, ancorada nos valores éticos e cristãos. Além das diretrizes e das pistas indicadas pela Igreja, é válido reforçar a importância de pensarmos numa Pastoral da Educação que valorize e integre as experiências e vivências dos diferentes agentes e sujeitos educativos, superando o individualismo e o fechamento pastoral-educativo, avançando nas perspectivas apontadas pelo Papa Francisco, em Evangelii Gaudium, propondo-nos avançarmos no caminho de uma conversão pastoral e missionária, e, portanto, de uma ação pastoral em saída. Também vale incorporar as linhas gerais da Laudato Si’, quando defende o princípio do bem comum, cuja ecologia humana desempenha um papel central e unificador na ética social.
A presença em nosso encontro de Dom Henrique Soares, Bispo de Palmares e referencial da educação no Nordeste II, traduziu o apoio, a motivação, o compromisso e a permanente necessidade de que os nossos pastores estejam próximos e indicando os caminhos para ações pastorais articuladas e eficazes. Na mesma direção, afirmamos que a presença do Pe. Júlio César Resende, OSC – Campo Belo/MG, assessor nacional do Setor Educação, mostrou o compromisso e o zelo da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e Educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para com o trabalho que é desenvolvido nos diferentes rincões de nosso País, em particular na região Nordeste.
Urge de nossa parte ser Sal e Luz, pensando o Brasil e a nossa região a partir e para além das divergências e das polarizações político-ideológicas, na perspectiva da superação das desigualdades e da injustiça social, da promoção de políticas públicas de Estado, da garantia dos direitos universais, da cidadania e do bem comum. Isso é imperativo para o desenvolvimento do País, e a Igreja, assim como o Estado, desempenha papel relevante no seio da sociedade. É aí, onde repousa o protagonismo, a necessidade de participação, da sinolidade missionária e da ação evangelizadora da Igreja, por meio de seus organismos e setores, como a pastoral da educação.
Respirando os ares da terra de Paulo Freire, patrono da educação, e de Dom Hélder Câmara, Pastor, exemplo e inspiração para o trabalho educativo e evangelizador comprometido com os mais sedentos e necessitados do pão e da casa comum da educação, externamos a nossa alegria da realização do Nordestão Pastoral da Educação, como semente que precisa ser regada, cultivada e disseminada por todos os recantos de nossos regionais.
Na alegria do nosso (re)encontro, na esperança de um trabalho contínuo e frutificante.