Palmares, 04 de dezembro de 2024

A árvore da Vida é a Tua Cruz, ó Senhor!

14 de setembro de 2020   .    Visualizações: 1184   .    Palavra do Bispo

Hoje, a Igreja celebra a Festa da Exaltação da Santa Cruz.

Segundo antigas crônicas eclesiásticas a Imperatriz Santa Helena, mãe de Constantino Magno, encontrou a Cruz do Senhor em 14 de setembro de 320 nas escavações do Monte Calvário em Jerusalém. No dia 13 de setembro de 355 foi solenemente consagrada a Basílica do Santo Sepulcro e, no dia seguinte, 14 de setembro, a Cruz que fora encontrada anos antes foi solenemente exposta à veneração dos fiéis. Daí por diante todas as igrejas que posteriormente possuíam uma relíquia da Cruz, neste dia expunham-na solenemente. Daí a Festa da Exaltação da Santa Cruz. A Cruz do Cristo deve perenemente recorda-nos três coisas:

(1) Até onde o homem caiu no seu desejo de ser como Deus, na sua pretensão de autossuficiência: o homem é capaz de matar Deus! Matá-lo no seu coração, matá-lo na sua vida pessoal e social. Ao mesmo tempo, aquele Desfigurado da Cruz é como que uma imagem do homem desfigurado no seu pecado.

(2) Mas, a Cruz nos revela também até onde Deus está disposto a ir para nos encontrar. Até onde o Senhor é capaz de descer em busca de Sua ovelha perdida: Deus amou tanto o mundo a ponto de entregar o Seu próprio Filho, o Amado, o Único! Não há sofrimento ou escuridão que sejam maior que o amor de Deus por nós! Mesmo na treva, mesmo na dor, o Senhor estará sempre presente com Seu amor.

(3) A Cruz nos revela o modo de agir de Deus. Ela é a chave para se compreender como Deus pensa, como Deus faz; e nos assusta, porque a lógica do Senhor e totalmente diversa da nossa! Na Cruz aparece claro o quanto os pensamentos do Senhor são diversos dos nossos… Neste sentido, ela é sempre um forte apelo à conversão, a que mudemos nosso modo de compreender a vida e os acontecimentos! Na Cruz, quando dizemos: “É o fim!”, Deus está dizendo: “É um novo começo!”

Uma última palavra. Recorde-se, caro Irmão, do livro do Gênesis. No paraíso havia duas árvores: a do conhecimento do bel e do mal e a árvore da Vida. O homem comeu o fruto da primeira, querendo ser como Deus, senhor do bem e do mal; assim, perdeu o fruto da segunda: foi privado da vida plena. Nunca mais a humanidade encontrou o caminho para a árvore da Vida. Pois bem, ei-la: a árvore da Vida é a Cruz do Senhor; Ele, Jesus, é o Fruto bendito: quem Dele comer terá a Vida eterna, Vida em abundância!

Dom Henrique Soares da Costa
Bispo de Palmares (PE)


Fonte: Visão Cristã